terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Verdade e Veracidade


Por volta do ano 250 a.C. , na China Antiga, certo príncipe da região de Thing Zda, norte do país, estava às vésperas de ser coroado imperador,mas, de acordo com a lei, ele deveria se casar. Sabendo disso, ele resolveu fazer uma “ disputa” entre as moças da corte ou quem quer que se achasse digna de sua auspiciosa proposta. No dia seguinte o príncipe anunciou que receberia, numa celebração especial, todas as pretendentes e lançaria um desafio. Uma velha senhora, serva do palácio há muitos anos, ouvindo os comentários sobre os preparativos, sentiu uma leve tristeza, pois sua filha nutria um sentimento de profundo amor pelo príncipe. Ao relatar o fato à jovem, espantou-se ao ouvir que ela pretendia ir à celebração e indagou, incrédula:

-  Minha filha, o que acha que fará lá?

Estarão presentes todas as mais belas e ricas moças da corte. Tire essa idéia insensata da cabeça. Eu sei que você deve estar sofrendo, mas não torne o sofrimento uma  loucura.

A filha respondeu:

- Não, querida mãe, não estou sofrendo e muito menos louca. Sei que jamais poderei ser a escolhida, mas é minha oportunidade de ficar pelo menos alguns momentos perto do príncipe. Isso já me torna feliz, pois sei que meu destino é outro.

À noite, a jovem chegou ao palácio. Lá estavam, de fato, todas as mais belas moças, com as mais belas roupas, com as mais belas jóias e com as mais determinadas intenções. Então, finalmente, o príncipe anunciou o desafio:

- Darei a cada uma de vocês uma semente. Aquela que, dentro de seis meses, me trouxer a mais bela flor será escolhida minha esposa e futura imperatriz da China.

A proposta do príncipe não destoou das fundas tradições daquele povo, que valorizava muito a especialidade de “cultivar” algo: sejam costumes, amizades, relacionamentos, dentre outros. O tempo passou, e a doce jovem, como não tinha muita habilidade nas artes de jardinagem, cuidava com muita paciência e ternura da mente, pois sabia que, se  a beleza das flores surgisse na mesma extensão de seu amor, ela não precisava se preocupar com o resultado. Passaram-se três meses e nada surgiu. A jovem tentara de tudo, usara todos os métodos que conhecia, mas nada havia nascido e, dia a dia, ela percebia cada vez mais longe o seu sonho, mas cada vez mais profundo o seu amor. Por fim, passados os seis meses, nada ela havia cultivado e, consciente do seu esforço e dedicação, comunicou à sua mãe que, independentemente das circunstâncias, retornaria ao palácio na data e hora combinadas, pois não pretendia nada além do que mais alguns momentos na companhia do príncipe. Na hora marcada, estava lá, com seu vaso vazio. Lá estavam também todas as pretendentes, cada uma com uma flor mais bela que a outra, de todas as mais variadas formas e cores. Ela estava absorta: nunca havia presenciado tão bela cena. E finalmente, chegou o momento esperado: o príncipe chegou e observou cada uma das pretendentes com muito cuidado e atenção e, após passar por todas, uma a uma, anunciou o resultado e indicou a bela jovem como sua futura esposa.

As pessoas presentes tiveram as mais inusitadas reações. Ninguém compreendeu por que ele havia escolhido justamente aquela que nada havia cultivado. Então, calmamente ele esclareceu:

- Esta foi a única que cultivou a flor que a tornou  digna de se tornar uma imperatriz: a flor da verdade, pois, todas as sementes que entreguei eram estéreis.

E ela foi à única que apresentou a realidade, foi a única que falou que não havia flor onde realmente não deveria haver e agiu em conformidade com seu pensamento.


Fonte:A SABEDORIA DAS PARÁBOLAS NA ALTA ADMINISTRAÇÃO – ALEXANDRE RANGEL)


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Edson Carlos de Oliveira
Consultor de Custos e Estratégias
edson.oliveira@consultoriaplanecon.com.br